quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Organizações de direitos humanos querem proibir videogames.


O canal televisivo BBC veiculou reportagem sobre duas organizações defensoras dos direitos humanos, Trial e Pro Juventute, que afirmam que os videogames podem ser prejudiciais à vida por violarem diversas leis internacionais.

Os grupos Trial e Pro Juventute encomendaram estudo sobre videogames como 24: The Game, Call of Duty 4: Modern Warfare, Far Cry 2 e Metal Gear Solid.

O objetivo era descobrir se "determinadas cenas e os atos cometidos por jogadores (virtualmente) constituiriam violações de leis internacionais (no mundo real)", explica a reportagem.

Os grupos acreditam que os videogames possam estimular a violação das leis reais e defende a proibição de produções.

O estudo diz que há jogos que descumprem várias leis internacionais, entretanto não conclui dizendo se isso estimula ou não as pessoas ao descumprimento das leis reais.

John Walker, editor do site Rock Paper Shotgun, defende a liberdade de expressão dos videogames, mencionando como exemplo a polêmica cena no aeroporto russo, em Call of Duty: Modern Warfare 2, dizendo que trata-se de um jogo para adultos, inclusive classificado pela ESRB como "recomendado para maiores de 18 anos".

A cena coloca o jogador no papel de um dos integrantes de um grupo terrorista. Cabe a ele decidir o que fazer: se atira ou não nos inocentes transeuntes. Conforme explica o estúdio produtor de Modern Warfare 2, "não é preciso atirar, você escolhe se vai participar ativa ou passivamente do ataque terrorista ou, ainda, tem a opção de pular completamente a cena".

Walker teme que esse tipo de pesquisa possa estimular a censura nos videogames e defende-os como uma forma de expressão, como a pintura, a música e o cinema.

Há livros, filmes, músicas e outras tantas obras artísticas que trazem personagens e eventos que violam algumas leis. No filme Farenheit 911, o diretor Michael Moore mostra como George Bush, ex-presidente dos Estados Unidos e o Governo local usam a comunicação para justificar a invasão ao Iraque e o início de uma guerra. Há controvérsias, mentiras e todos são "personagens reais". É o caso da realidade fora-da-lei.

Há também obras de ficção, como os livros de James Bond, em que se praticam diversos crimes. Nos livros, o agente James Bond (007) mata, rouba e infringe uma série de leis por onde passa. Mesmo tendo a chamada "licença para matar" (aliás, em nome da Rainha do Reino Unido), Bond poderia ser considerado criminoso em quase todos os países. É o caso da ficção fora-da-lei.

"Existindo ou não regras de guerra, a escolha de inseri-las em um videogame deve ser feita pelos artistas exclusivamente para melhorar a experiência do jogador", defende Jim Rossignol, jornalista especializado na indústria de videogames e escritor do livro The Gaming Life: Travels in Three Cities.

Videogame é videogame, a vida é que é real.

Classificação etária

Diversos países possuem órgãos responsáveis em classificar etariamente os videogames, recomendando o consumo a partir de determinada idade, conforme conteúdo de cada título.

Há desde jogos livres até outros "recomendados para maiores de 18 anos", segundo classificação que considera a temática da experiência gamística e avalia se o conteúdo traz coisas como sexo, drogas, linguagem ofensiva etc.

ESRB
ESRB (em inglês, Entertainment Software Rating Board) é o órgão responsável pela classificação dos videogames nos Estados Unidos, maior mercado do mundo.

O órgão possui seis diferentes classificações por faixa etária, informando se os títulos são adequados a pessoas com mais de 3, 6, 10, 13, 17 ou 18 anos. Além disso, expõe avisos sobre alguns tipos de conteúdo (do jogo), como sexo, violência, drogas e linguajar inapropriado.

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