domingo, 8 de agosto de 2010

BNDES: previsão de grande número de convocações

BNDES previsão de grande número de convocações

Ano a ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem realizando concursos no intuito de formar cadastro para diversos cargos e, para a satisfação dos aprovados, as convocações têm sido realizadas em bom número. Para Cláudia Toledo Saladini, gerente de Administração de Pessoal do banco, o atual concurso, que teve inscrições abertas na última quarta-feira, dia 28, promete superar os anteriores. "Esse concurso vai ser muito grande e vai fugir à regra dos demais", afirmou. Um dos motivos para a expectativa positiva é o Plano de Desligamento Programado (PDP) da empresa, que prevê a aposentadoria de cerca de 700 funcionários até 2012, o que acarretaria na necessidade de recomposição do quadro.

Apesar da legislação eleitoral não impedir que o BNDES contrate, de imediato, os aprovados no concurso, a gerente Cláudia Toledo Saladini disse que apesar de prejuízos para o próprio banco, que necessitará dos novos funcionários já a partir de setembro, optou-se pelo início das convocações em janeiro do próximo ano. Também participou da entrevista a coordenadora de serviços Cristina Tavares, da Coordenação de Seleção e Cargos e Salários do banco.

Qual a importância do atual concurso realizado pelo BNDES?

Cláudia Toledo Saladini - O BNDES tem um número de empregados autorizado pelo governo federal, por meio do Ministério do Planejamento, e a gente não sabe quando os empregados irão sair da empresa. O banco é uma estrutura muito enxuta, então, se sai um empregado, a gente precisa de alguém que já esteja apto a entrar naquela vaga. Acrescido a isso nós temos também o Plano de Desligamento Programado, no qual os empregados aptos à aposentadoria estão sendo incentivados a saírem, possibilitando novas admissões. Para tanto, a gente precisa ter um cadastro de reserva para todas as formações do banco.

Por qual motivo o BNDES não realiza concurso com o número definido de vagas?

Cláudia Toledo Saladini - Como a nossa estrutura é enxuta, nós teríamos que deixar o banco com vários cargos desocupados, até criar um número suficiente para fazermos um concurso para vagas. Para evitar isso e não parar a dinâmica do banco, a gente prefere ter um cadastro de reserva para, automaticamente, ir repondo os funcionários.

Embora seja um concurso para formação de cadastro, o BNDES tem por tradição convocar um grande número de aprovados. Há uma previsão de quantos deverão ser chamados nesta atual seleção? Cláudia Toledo Saladini - Eu posso dizer que esse concurso vai ser muito grande e vai fugir à regra dos demais. As pessoas que estão no banco hoje, entraram por volta de 1978 e estão na fase de aposentadoria. A gente está esperando que até 2012, cerca de 700 empregados se aposentem. De janeiro para cá quase 200 já saíram por esse motivo e as ausências foram supridas por cadastro de reserva. O concurso tem validade de até dois anos, período em que grande massa de empregados irá sair, em especial os da área de Direito, formação na qual mais saem profissionais, porque a chamada lá fora é muito grande.

Quando o BNDES pretende iniciar a convocação dos aprovados? A chamada será imediata?

Cláudia Toledo Saladini - Para este concurso, como é ano eleitoral e o concurso só acontece no segundo semestre, a gente só vai poder contratar em janeiro. Nós não podemos convocar antes disso. Teríamos que estar com ele homologado três meses antes das eleições.

Mas este ano a legislação eleitoral só é válida para a esfera municipal... Cláudia Toledo Saladini - Exato, mas nós fizemos pesquisas e a boa conduta indica que é melhor a gente não contratar, mesmo o BNDES sendo uma empresa federal. O banco prefere ser o mais conservador possível, mesmo ficando sem esses profissionais durante três meses. E para prejuízo do próprio banco, porque será um momento de muitas saídas. Em setembro estarão saindo muitos profissionais de peso, por meio do PDP.

No último concurso para técnico-administrativo, cargo que costuma atrair o maior número de candidatos, 50 aprovados foram chamados. A senhora credita que este número venha a ser superado na atual seleção?

Cláudia Toledo Saladini - Eu acredito que não, porque o grande êxodo de técnico-administrativo já ocorreu em um PDP anterior. A gente precisa sim de técnicos-administrativos, são muito importantes para a gente, mas não naquela quantidade que se precisava antigamente, devido a todos os recursos tecnológicos que a gente tem hoje.

Qual o papel que será desempenhado pelos técnico-administrativos?

Cláudia Toledo Saladini - Basicamente o de um secretário, cuidando de toda a parte administrativa.

Além do tíquete-refeição, assistência médica e auxílio-creche, há mais algum benefício oferecido aos funcionários? Cláudia Toledo Saladini - Tem o transporte. Só que o BNDES tem três andares de garagem. O funcionário então tem que fazer opção ou pelo vale-transporte ou pela utilização da garagem. Mas ele pode mudá-la a qualquer momento.

Existe, por exemplo, algum incentivo para melhorar a formação dos funcionários como, por exemplo, conceder bolsas de estudo em faculdade e pós-graduação? Cláudia Toledo Saladini - Faculdade não. Para os funcionários de nível médio nós temos muitos cursos para a melhoria deles como profissionais. O mesmo acontecendo como o nível universitário. O banco tem uma gama enorme de cursos de aperfeiçoamento, inclusive mestrado e doutorado.

Os funcionários contam com um plano de cargos?

É possível crescer dentro da carreira? Cristina Tavares - Nós temos o nosso plano de cargos e salários. Na própria carreira o funcionário vai subindo de acordo com promoções salariais, sendo que a primeira promoção, do nível um para o dois, é automática. O empregado entra no banco e após um ano passa para o nível dois. Depois ele passa a concorrer à promoção.

Como está composto o atual quadro de pessoal do BNDES? Quantos concursados, terceirizados e temporários? Cláudia Toledo Saladini - O BNDES tem autorização para ter 2.200 empregados, mas temos em torno de 2 mil em todo o Brasil. Os empregados do BNDES são todos concursados. Na diretoria e na presidência, é que, através de acordo coletivo de trabalho, cada diretor e o presidente podem trazer um número "X" de assessores. Os terceirizados são ligados a serviços. Nós só temos terceirizados em cargos do banco em técnico de arquivo, que nós estamos agora sanando isso, depois que criamos esse cargo na estrutura da empresa.

Existe a intenção de atingir a quantidade máxima de empregados autorizada?

Cláudia Toledo Saladini - Existe porque com todos esses programas do governo federal, o banco vai precisar de mais componentes para poder acompanhar. E em todos os cargos, pois cada programa, cada análise de projeto, passa por diversas fases e necessita de vários profissionais. Vai depender de cada projeto alocar mais ou menos técnicos de um determinada formação. E isso a gente vai realizando ao longo do tempo, com os aprovados nos concursos.

O último concurso em 2007 obteve poucos candidatos aprovados para analista de sistemas - suporte e arquiteto, 15 e 7 respectivamente. Houve mudanças na seleção destes profissionais a fim de aumentar o número de habilitados?

Cláudia Toledo Saladini - Isso está na razão do que é que o banco precisa, não adianta colocar a prova mais fácil. Vai aumentar o número de aprovados, mas vai abaixar o nível dos profissionais que vão entrar no banco. A gente não abre mão de que a prova seja muito séria e com bastante conteúdo, que é para a gente poder avaliar ao máximo os candidatos.

Com exceção do cargo de geólogo, houve seleção recentemente para todos os cargos deste concurso. Quando foi a última vez que o BNDES abriu concurso nessa área? Cristina Tavares - Somente agora foi detectada a necessidade de profissionais com essa formação no BNDES. Portanto, esse concurso inclui pela primeira vez a formação de geólogo.

O concurso não prevê isenção da taxa de inscrição. O BNDES não teme que o Ministério Público (MP) acione a justiça por esse motivo, atrasando etapas do concurso ou até mesmo causando a sua suspensão? Cláudia Toledo Saladini - A empresa que faz o concurso, a Fundação Cesgranrio, se sustenta com o pagamento dessas taxas. É uma empresa sem fins lucrativos. Se ela começar a dar isenção ela vai pagar do próprio bolso, não é o governo que vai pagar. As inscrições são a única fonte de recursos da organizadora e o custo para realizar um concurso não é pequeno.

 

Caso o MP recomende ao BNDES agir nesse sentido, a recomendação será atendida?

Cláudia Toledo Saladini - Como isso não é de nossa responsabilidade, é da empresa organizadora, o BNDES não tem como intervir.

Mas existe uma concorrência para se escolher essa organizadora? Cláudia Toledo Saladini - Nós mandamos cartas para diversas instituições, explicando como a gente quer que faça o concurso. E aí eles nos dizem como vai ser feito e se eles se adequam ao nosso perfil. Porque nós somos absolutamente contra, por exemplo, àquelas empresas que fazem provas na qual a cada questão errada você perde uma certa. Em relação à taxa, ganha quem oferece para a gente o melhor valor.

A isenção não entra como um critério para escolher a instituição? Cláudia Toledo Saladini - Não, porque aí nós iriamos ter uma ingerência na organizadora. É mesmo que dizer: Você não vai cobrar nada de mim, mas eu também não quero que você cobre de certas pessoas.

O que o futuro aprovado deve esperar do BNDES?

Cláudia Toledo Saladini - O BNDES é um lugar espetacular para se trabalhar, onde você tem muitas chances de mudança, de adquirir conhecimentos sobre o Brasil, de explorar suas potencialidades, tudo isso em uma mesma empresa. E os nossos benefícios são muito bons. Mas para conquistar isso é necessário se preparar bastante, até porque, ao passar no concurso, tem outras tarefas aqui dentro nas quais você tem que se sobressair. Não é só passar no concurso, sentar e achar que as coisas vão acontecer. Deve ter uma contrapartida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário