quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estudo retrata percepção de CEOs sobre sustentabilidade

O que os principais CEOs do mundo pensam quando o assunto é sustentabilidade? Uma pesquisa feita pelo Pacto Global das Nações Unidas em parceria com a consultoria Accenture buscou responder esta e outras questões referentes a percepção dos empresários acerca do desenvolvimento sustentável.

Intitulado A New Era of Sustainability: UN Global Compact-Accenture CEO Study 2010 (Uma Nova Era de Sustentabilidade: Estudo Pacto Global-Accenture 2010), o estudo consultou 766 presidentes de empresas em 100 países, que correspondem a 25 setores da economia. Além de uma pesquisa via web, o levantamento incluiu entrevistas em profundidade com 50 dos principais CEOs do mundo.


Os dados revelam que o mundo dos negócios já adota uma nova economia, embora em um ritmo desigual. Na média, 93% de todos os executivos entrevistados afirmam que a sustentabilidade será “importante” ou “muito importante” para os negócios. Regionalmente, porém, essa afirmação é feita por 98% na Ásia, 97% na América Latina e na África, 93% na Europa, 90% na América do Norte e 79% no Oriente Médio e Norte da África.
A variação por setor da economia é ainda maior. As porcentagens dos que consideram que a sustentabilidade será um fator crítico para o sucesso dos negócios são de 100% no segmento automotivo, 98% no de bens de consumo e 97% nos bancos. Já os setores mídia e entretenimento (com 84%) e comunicação (com 81%) aparecem no fim da lista.


Dos CEOs participantes, 70% informaram que estão incorporando atualmente mais práticas ambientais, sociais e de boa governança na estratégia das empresas do que há cinco anos. As concessionárias de serviços públicos lideram o ranking dos setores que declararam ter incorporado mais práticas responsáveis às estratégias de negócios, seguidas pelas empresas de energia, com 81%, e pelos bancos, com 74%. Por outro lado, os segmentos de metalurgia e mineração e comunicação estão nos últimos lugares, com 64% e 63%, respectivamente.


Para 72% dos presidentes de empresas, a educação é o fator global mais crítico para a sustentabilidade. Segundo os entrevistados, de qualquer ângulo que se avalie o tema, seja econômico, seja puramente financeiro, social ou ambiental, a educação é fundamental para o surgimento de uma nova geração de gestores capazes de administrar o desenvolvimento sustentável.







Outro aspecto interessante da pesquisa é que 58% dos CEOs crêem que consumidores, funcionários das próprias empresas e governo, nesta ordem, serão mais fundamentais, nos próximos cinco anos, para a mudança dos negócios em direção ao desenvolvimento sustentável.


Os CEOs também listaram as ações necessárias para preparar o negócio para uma nova era de sustentabilidade, nas seguintes áreas:

Consumidores – ampliar as informações para esse público;

Educação – produzir e divulgar novos conhecimentos nas escolas e universidades;

Investidores – adotar uma atitude mais proativa em relação a eles, de modo a garantir e reafirmar que o valor das ações de sustentabilidade pode ser medido e dá retorno;

Desempenho – medir os impactos positivos e negativos das atividades da empresa sobre a sociedade e o meio ambiente, para avaliar seu reflexo no real valor do negócio.

Regulação – assumir maior proatividade, influenciando governos a respeito das leis e regras a serem adotadas.

Das 766 empresas entrevistadas, a brasileira Natura foi a única que declarou se esforçar por adotar medidas que levem ao desenvolvimento sustentável há mais de cinco anos. Em todo o mundo, foram entrevistados presidentes de companhias como Alcoa, Diageo, Ericsson, Nestlé, Novartis, Phillips, Renault-Nissan, Santander e UBS, entre outras.



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