terça-feira, 10 de julho de 2012

EU(União Europeia) tenta acalmar mercados com pacote a bancos da Espanha

UE_www.in6.com.br

 

Ministros da zona do euro lutaram para garantir aos mercados financeiros nesta terça-feira que um pacote de ajuda para a Espanha, esboçado durante a noite, ajudará a estabilizar o bloco monetário -tarefa dificultada por uma questão legal na Alemanha em relação às ferramentas contra a crise.

Os ministros concordaram nesta terça-feira em garantir a Madri um ano extra até 2014 para alcançar suas metas de redução de déficit em troca de mais economias orçamentárias. Eles também determinaram os parâmetros de um pacote de ajuda para bancos espanhóis problemáticos.

O objetivo é impedir que a quarta maior economia do bloco monetário precise de um resgate estatal completo, que testaria os limites do fundo de resgate da Europa e aprofundaria ainda mais a crise de dívida.

"Não há emergência aqui, existe um claro caminho na direção da estabilização", disse o ministro das Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, sobre as medidas acordadas para a Espanha. "Os mercados têm que perceber que o dinheiro está lá, mais dinheiro do que o necessário."

Mas os mercados mostraram-se decepcionados por a reunião não ter oferecido mais. O euro inicialmente se enfraqueceu em relação ao dólar e atingiu a mínima em cinco semanas contra o ien, com o sentimento abalado uma vez que o foco se volta para uma audiência em uma corte alemã.

A principal corte da Alemanha tratará nesta terça-feira se o novo fundo de resgate da Europa e as regras orçamentárias são compatíveis com a lei nacional em um processo que influencia não apenas a maneira de lidar com a crise da zona do euro, mas até onde a integração europeia pode se aprofundar.

A audiência sobre queixas em relação ao fundo, o Mecanismo Europeu de Estabilização FInanceira (ESM), e o pacto fiscal pode indicar por quanto tempo a corte manterá a Europa sob tensão.

Qualquer prazo além de algumas semanas pode significar um sério atraso à implementação do ESM, cuja data inicial era 1o de julho, e levantará sérias dúvidas sobre se a Europa realmente conseguirá o poder de fogo extra que precisa para combater a crise.

"Um adiamento considerável do ESM (fundo de resgate), que foi previsto para julho deste ano, pode causar incertezas consideráveis nos mercados além da Alemanha e uma considerável perda de confiança sobre a capacidade da zona do euro em tomar as decisões necessárias no tempo apropriado", afirmou à corte o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble.

Na reunião durante à noite, os ministros das Finanças da zona do euro não concordaram com um número final para a ajuda aos credores espanhóis, prejudicados por dívidas podres devido a uma quebra no setor imobiliário e recessão, mas a UE estabeleceu um máximo de 100 bilhões de euros e cerca de 30 bilhões de euros ficarão disponíveis até o final de julho caso haja uma necessidade urgente.

O acordo final de empréstimo será assinado em -ou por volta de- 20 de julho, afirmou em entrevista o presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker.

Frieden, ao chegar para a reunião desta terça-feira entre os ministros das Finanças dos 27 países da União Europeia (UE), disse que os 100 bilhões de euros disponíveis para os bancos esponhóis é muito mais do que eles precisam.

Numa decisão importante observada pelos investidores, os ministros concordaram durante à noite que, uma vez que um supervisor bancário único europeu seja estabelecido no ano que vem, os bancos espanhóis poderão ser recapitalizados diretamente pelo fundo de resgate da zona do euro sem solicitar garantia estatal.

Tais decisões preenchem o mandato em cúpula da UE para tentar quebrar o chamado "círculo vicioso" de dependência mútua entre bancos fracos e países endividados, mas representa um retrocesso para os países credores intransigentes do norte europeu.

"Esse acordo é muito, muito positivo", afirmou o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, ao chegar para a reunião desta terça-feira.

No entanto, não foi feito progresso aparente sobre a ativação dos fundos de resgate do bloco para intervir nos mercados de títulos a fim de diminuir os custos de empréstimo da Espanha e da Itália, que ameaçam tirá-los do mercado.

Os ministros do Eurogroup receberam a tarefa de detalhar o acordo feito pelos líderes da UE na cúpula do mês passado sobre o estabelecimento de um supervisor bancário europeu e o uso dos fundos de resgate do bloco para estabilizar os mercados de títulos.

Mas diferenças persistem entre países do norte europeu, como Finlândia e Holanda, e nações do sul, lideradas por Itália e Espanha.

Na segunda-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, foi questionado de forma hostil durante horas no Parlamento Europeu, notavelmente por parlamentares alemães, holandeses e finlandeses preocupados com os prospectos de uso de dinheiro de contribuintes para resgatar bancos.

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