Para encerrar um jejum desde 2010 sem grandes títulos no vôlei masculino, o Brasil busca reencontrar o jogo veloz do levantador Ricardinho, que fez do time uma potência mundial. O problema é que, após cinco anos afastado, ele ainda não conseguiu fazer o time jogar como antes em seu retorno à seleção para os Jogos de Londres.
Ao chegar na nova seleção para a disputa da Liga Mundial, realizada antes da Olimpíada, o ex-capitão Ricardinho encontrou jogadores mais altos porém mais lentos em relação ao time que liderava até 2007, e a equipe não conseguiu se adaptar ao estilo diferente do levantador.
"O time é completamente diferente, os jogadores da minha época eram jogadores com a característica de jogo mais veloz, era o André Nascimento, Giba e o próprio Dante", disse Ricardinho, citando dois remanescentes da seleção olímpica de 2004, mas que atualmente são reservas.
"Não é em um mês que eu vou fazer um cara com quem eu praticamente nunca joguei fazer entender meu estilo de jogo, eu preciso pelo menos de duas temporadas com certeza. Aquela geração começou a ganhar em cima do tempo que a gente jogou junto", acrescentou, após um treino físico dos jogadores do Brasil, nesta quinta-feira, na capital britânica.
Sem conseguir repetir as jogadas de velocidade que sempre foram o trunfo brasileiro contra adversários mais altos, o Brasil sofreu contra a Polônia e terminou apenas em 6o lugar na Liga Mundial --pior resultado da equipe sob o comando do técnico Bernardinho. O último grande título foi o Campeonato Mundial de 2010.
A expectativa para os Jogos de Londres é que Ricardinho comece na reserva de Bruninho, mas todos na seleção reconhecem que o time vai precisar de seu ex-capitão, agora com 37 anos, no auge de sua forma para a equipe campeã em 2004 e vice em 2008 voltar para uma terceira final olímpica seguida.
"O Ricardo teve a infelicidade de não entrar bem na Liga Mundial, quando ele entrou as coisas não fluíram bem. É difícil você ficar cinco anos fora e em um ou dois meses você se acostumar. A gente precisava de mais tempo e espero que tenha sido suficiente para ter esse entrosamento agora na hora que mais precisamos", disse o meio-de-rede Rodrigão, outro remanescente do time campeão olímpico liderado por Ricardinho em Atenas.
Apesar do resultado ruim na Liga Mundial, o time brasileiro é unânime em garantir que a Olimpíada é a melhor oportunidade possível para dar a volta por cima e voltar aos tempos vencedores.
"O Brasil está mais uma vez entre os seis times que sempre nos últimos 12 anos entram na Olimpíada brigando pela medalha", disse o capitão Giba, que garantiu estar recuperado de uma lesão sofrida na coxa durante a preparação olímpica e que já voltou a treinar normalmente.
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