segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pressionado por ouro, Mano Menezes defende trabalho de longo prazo

Pressionado por ouro, Mano Menezes defende trabalho de longo prazo

Pressionado pela busca do inédito ouro olímpico em Londres, o técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, defendeu nesta segunda-feira um trabalho de longo prazo para os treinadores no Brasil.

Antes do embarque para a Inglaterra, Mano citou os exemplos de sucesso de Corinthians e Palmeiras, cujos técnicos estão à frente dos times há mais de um ano e recentemente conquistaram Libertadores e Copa do Brasil, respectivamente.

"Tenho esperança em relação a isso (que os clubes tenham mentalidade de longo prazo), um dia chegaremos lá; os exemplos são tantos de equipes bem sucedidas dentro do nosso país, em que o trabalho de longo prazo se confirma na prática. Temos dois campeões de Copa do Brasil e Libertadores que confirmam isso, o que a gente defende sempre, mas parece defesa em causa própria", declarou ele aos jornalistas.

"Gostaria de contar com a colaboração de vocês para que sempre que um técnico tivesse uns cinco resultados negativos não se fizesse uma enquete para saber quem vai ser o substituto dele. Isso já seria uma ajuda", completou.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, tem citado o ouro olímpico como prioridade da seleção, colocando mais pressão em Mano Menezes.

O treinador foi contratado pelo ex-presidente Ricardo Teixeira, que deixou a entidade este ano. Mano Menezes foi mantido no cargo, mas sabe da admiração do presidente por nomes como Luiz Felipe Scolari e Muricy Ramalho.

"Estou viajando muito mais confiante do que na minha primeira competição (Copa América). O trabalho ganhou corpo", disse o treinador.

"A pressão sobre mim considero a ideal; gosto de conviver com ela, acho necessária e não existe outra maneira de render bem se não houver uma certa pressão. Ela precisa existir e vamos com a noção clara do que temos que render e o que temos que buscar."

"ESPÍRITO OLÍMPICO"

Ao ser questionado sobre seu futuro, em caso de fracasso em Londres, Mano Menezes foi evasivo. "Não falo mais sobre isso. Já deixei claro o que penso sobre resultado e a necessidade inerente do futebol em qualquer estágio. Eu acho necessário isso, para a seleção, jogadores e para todos", afirmou.

O futebol nos Jogos Olímpicos tem um calendário diferente, tanto que o Brasil estreia antes da cerimônia de abertura e só jogará na cidade de Londres se for à final. A seleção de Mano Menezes não participará do desfile de abertura, no dia 27, e também não ficará na Vila Olímpica. Para o técnico, esses são fatores que aumentam a cobrança pelo ouro olímpico.

"Esse sentimento já está deturpado de um modo geral e a avaliação hoje é que o importante é ganhar em detrimento dos outros e fica difícil acreditar no espírito olímpico, e o futebol, pela questão brasileira, vai pensando em vencer e não se vence por decreto", avaliou.

Mano Menezes assumiu a seleção em 2010 e desde então vem promovendo uma renovação no time brasileiro visando a Copa do Mundo de 2014. Ele acredita que os Jogos de Londres serão a grande chance de consolidar a transição do futebol brasileiro, e muitos dos atletas que disputarão a Olimpíada devem disputar o Mundial.

"A igualdade de faixa etária é grande oportunidade de afirmar esses jogadores num cenário internacional; isso é muito importante", declarou Mano Menezes.

O Brasil embarca à noite para a Inglaterra e estreia nos Jogos no dia 26 contra o Egito. O jogo é considerado o mais difícil da primeira fase pela comissão técnica. Estão ainda no grupo do Brasil Belarus e Nova Zelândia.

"Teoricamente, o Brasil pode ser mais favorito na primeira fase, mas esses dias falei da Eurocopa. Holanda e França também eram e não passaram da primeira fase", disse.

O treinador confirmou o time para a estreia nos Jogos com Rafael Cabral, Rafael, Juan, Thiago Silva e Marcelo; Sandro, Rômulo, Oscar e Hulk; Leandro Damião e Neymar.

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