As vendas diárias de automóveis e comerciais leves devem registrar crescimento em junho, incentivadas pelo pacote de medidas lançado pelo governo no final de maio, afirmou nesta terça-feira a associação de concessionários, Fenabrave.
Segundo a entidade, a média de vendas por dia útil em junho deve avançar 8 por cento sobre o mês passado, para 13,5 mil automóveis e comerciais leves, com o ajuste do setor ao pacote anunciado em 21 de maio, que reduziu Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e incentivou crédito para financiamentos.
De janeiro a maio, as vendas de automóveis e comerciais leves novos no Brasil acumulam queda de 4,4 por cento, impactadas por contenção de crédito por um setor bancário que amargou perdas com aumento forte da inadimplência e a lentidão da economia no início do ano. Por dia útil, a média de vendas dos cinco primeiros meses do ano foi de 12,3 mil unidades.
"Esperamos no segundo semestre uma recuperação que nos permita manter a previsão de crescimento das vendas (da ordem de 3,5 por cento para carros e comerciais leves)", disse o presidente da Fenabrave, Flávio Meneguetti, a jornalistas.
Em maio, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 12,1 por cento ante abril, para 274,5 mil unidades, mas mostraram recuo de 8,6 por cento sobre um ano antes, quando montadoras e distribuidores ainda não reclamavam de escassez de crédito pelos bancos.
Diante da expectativa de aumento de vendas diárias em junho, Meneghetti preferiu não comentar se o setor prevê um forte movimento de antecipação de compras pelos consumidores até o final de agosto, quando termina a redução do IPI.
Segundo o presidente da Fenabrave, "o governo está atento. Se o mercado se comportar de forma que não contribua para as vendas, acredito que o governo vai lançar medidas. Estou otimista".
Apesar de ainda não ter um quadro completo sobre o impacto das medidas do governo, Meneguetti comentou que o fluxo de compradores em lojas após o pacote "foi tremendamente superior" e que os emplacamentos de carros e comerciais leves aceleraram de 25 a 30 por cento no final de maio, alcançando pico de 18 mil no último dia 31 ante 7 mil no dia 28.
Com isso, ele espera que os estoques de automóveis e comerciais leves novos na distribuição, hoje equivalentes a uma média de 45 dias de vendas, recuem nos próximos 60 dias para níveis normais de 25 a 30 dias.
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