segunda-feira, 25 de junho de 2012

Games casuais e sofisticados com tablet Surface

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A Microsoft seguiu a cartilha da Apple ao divulgar o Surface, tablet da casa que será lançado em data não anunciada. Marcou um encontro surpresa com os jornalistas, fez bastante suspense, deu uma apresentação teatral.


Pelo que se viu, é o primeiro concorrente de peso do iPad. A capa que vira teclado é uma ideia sensacional, que já o diferencia dos clones genéricos que tentaram colar no sucesso da Apple. Se o hardware for tão bom quanto parece (e o preço for aceitável), tudo indica que não teremos outro Zune, o malfadado tocador de MP3 da Microsoft.


Um dos aspectos principais do Surface é a conectividade com o Xbox. Segundo os rumores, ele terá uma ligação direta com o console, ampliando as possibilidades de jogo na TV. Ainda não sabemos se funcionará com o console de videogames atual, mas certamente fará parte da próxima geração.


Assim, as três principais fabricantes se alinham para oferecer interatividade entre seus portáteis e consoles. O Vita, da Sony, já funciona bem com o PS3, e obviamente a tecnologia será aproveitada num eventual PS4. O Wii U, da Nintendo, vai mais longe: o próprio controle funcionará como um portátil, com tela sensível ao toque e outras bossas.


Mas a filosofia das três é diferente. A Sony apostou num hardware forte, um verdadeiro miniPS3, que justifique os altos preços dos jogos. A ligação com o console é importante, mas o Vita é antes de tudo um PSP melhorado. Ainda assim, se o Wii U for um sucesso, a Sony poderá responder rapidamente, algo que não aconteceu com o Move, lançado para concorrer com o Wii.


A Nintendo ficará com dois produtos similares, um para a sala e outro para a rua. Com as vendas do 3DS abaixo do esperado, eles têm se esforçado em não apresentar o Wii U como um portátil. Mas, tirando as duas telas e o efeito 3D duvidoso de seu irmão menor, o controle-console da Nintendo deve suprir as necessidades móveis de muita gente.


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Nesse panorama, a escolha da Microsoft parece a mais acertada. O 3DS e o Vita sempre vão esbarrar na questão do preço. Com os US$ 20 ou US$ 30 com os quais se compra um jogo para os portáteis, é possível adquirir dezenas de jogos numa App Store da vida.


Esse meio do caminho apresentado pelo Surface parece ideal, se levarmos em conta o mercado nos últimos anos. Por um lado, acesso a jogos baratos e casuais. Por outro, hardware bom o suficiente para jogos mais sofisticados e ligação direta com um console moderno (ganhando duas vezes em cima do equipamento, ao contrário da Nintendo).


O coringa da história continua sendo a Apple, responsável inicial por essa mudança enorme no mercado de portáteis. Se lançarem mesmo uma TV, se focarem ainda mais o iPad em jogos, podem abalar o cenário irreversivelmente.


As grandes argumentam que sempre haverá consumidores para jogos longos (e caros), mas é gritar contra o evento. A partir de agora, quem comprar um portátil vai esperar o equivalente a uma App Store. A briga para determinar qual console dominará as salas daqui para frente passará sem dúvida pelo portátil que trouxermos no bolso.

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