Na noite deste sábado (25), o braço internacional do grupo hacker Lulzsec anunciou o encerramento de suas atividades, depois de 50 dias de ataques a empresas e governos. No Brasil, no entanto, os grupos que utilizam esse mesmo nome para organizar ataques virtuais não mencionaram o anúncio da “matriz” até a manhã de domingo (26) e ainda passaram a brigar via Twitter pelo direito de ser o LulzSec brasileiro.
O @LulzSecBrazil, perfil que foi parabenizado pelos estrangeiros após atacar o site da Presidência, divulgou uma nota negando que o endereço de seu Twitter havia sido alterado. “Recentemente a mídia publicou que nosso grupo estaria abalado devido a um suposto ‘traidor’ entre nós e também citam uma suposta reunião com Sabu, afirmando que nosso perfil do twitter teria sido alterado para um outro. O único perfil que temos no Twitter é este: @LulzSecBrazil”, diz o comunicado.
As afirmações referem-se a uma reportagem do “Jornal do Brasil”, divulgada na manhã de sábado (25), referente a um brasileiro do LulzSecBrazil que teria sido exposto acusado de roubar senhas de cartão de crédito. O texto indicava uma renovação do movimento e a troca do perfil no Twitter, de @LulzSecBrazil para @LulzSec_BR.
Já o mais recente @LulzSec_BR, que durante todo o sábado incentivou ataques a sites do governo, declarou guerra ao perfil anterior. "Supresas na primeira cyberwar brasileira. O próximo a ser derrubado será o user LulzSecBrazil que nao intendeu [sic] o aviso de retirada", anunciou via Twitter na madrugada de domingo (26).
Pouco tempo depois, o @LulzSecBrazil tuitou “Nosso site esta um pouco sobrecarregado mas esta online! [sic]”, para então complementar: “LULZSEC BR são impostores que querem aparecer nosso objetivo nao e isso. Queremos e Vamos mostra a verdade! Nos Somos o povo! E NAO A MIDIA [sic]”.
O principal objetivo dos hackers do (agora extinto) LulzSec, divulgado em um comunicado, é a “guerra aberta contra todos os governos, bancos e grandes corporações do mundo (...). O objetivo é expor corrupção e segredos obscuros“. O LulzSecBrazil, afirmam o seguinte: “queremos mostrar a podridão que está encubada no Governo”. “Estamos reunindo documentos obtidos nas investidas que fizemos e iremos colocá-los a disposição para que todos os brasileiros vejam e se juntem a nós”, afirmou.
Novos grupos
A aparente falta de organização não é exclusividade dos brasileiros. Após ter acesso a uma conversa sigilosa dos estrangeiros do LulzSec, antes de anunciarem seu fim, o jornal “Guardian” fez uma análise sobre os hackers: tratava-se de um grupo desorganizado e obcecado com a cobertura da mídia.
No entanto, os ataques realizados durante os 50 dias em que o grupo estrangeiro estava em ação pode ter inspirado outras pessoas a fazerem o mesmo. Diversos dos ataques realizados no sábado, no Brasil, não foram reivindicados pelo LulzSec (nem o @LulzSecBrazil nem o @LulzSec_BR) -- o que indica a possível adesão de outros hackers neste movimento de comprometer sites do governo.
“No momento em que esses jovens ficam sabendo que um certo grupo, no caso o LulzSec, conseguiu chamar a atenção mundial por suas ações, imediatamente eles se identificam com o movimento [seja ele qual for] e passam a querer fazer parte dele, seja individualmente, seja formando grupos menores de interesses semelhantes, geralmente motivados por um ideário”, afirmou o especialista em tecnologia Carlos Alberto Teixeira, em sua coluna em "O Globo".
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