quinta-feira, 9 de junho de 2011

Corrupção provoca três pedidos de demissão no Ministério da Casa Civil brasileiro



A pasta da Casa Civil, cargo directamente ligado à Presidência da República no Brasil, acumula um histórico de mau agouro para o Partidos dos Trabalhadores que, além de Palocci, já viu outros dois ministros serem acusados de corrupção durante os seus mandatos.
Com o pedido de demissão apresentado na terça-feira no final da tarde, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci passa a ser o terceiro da pasta a ser afastado em meio a escândalos de corrupção e tráfico de influências.

Antes dele, foi Erenice Guerra quem teve de enfrentar a maldição do cargo. Ela entregou sua carta de demissão em Setembro do ano passado, após a revista 'Veja' ter publicado uma reportagem que dizia que seu filho, Israel Guerra, praticava lobby no ministério e cobrava para colocar empresários em contacto com membros do governo.

Erenice Guerra ocupou a pasta em substituição da actual Presidente Dilma Rousseff, que foi ministra da Casa Civil durante a maior parte do governo Lula da Silva, mas precisou deixar o cargo antes do final de seu mandato para concorrer às eleições.

O fantasma da Casa Civil chegou a assombrar também a própria Dilma Rousseff, que sofreu acusações da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira. Na altura, afirmou que a actual Presidente a pressionara para abandonar investigações contra o filho do presidente do Senado, José Sarney.

No caso mais polémico – que chegou a colocar em dúvida a permanência do então Presidente Lula da Silva no poder – o ministro José Dirceu acabou por ser afastado, em 2005, após longa crise desencadeada por uma denúncia do deputado Roberto Jefferson.

Dirceu foi acusado de ser o chefe de um esquema do governo que pagava luvas aos parlamentares em troca de votos, que no Brasil ficou conhecido como mensalão.

Nos três casos, pese o afastamento dos ministros, os políticos alegaram inocência até o último momento.

Mais antigo de todos, o processo de José Dirceu ainda será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das acusações a que responde no processo – formação de associação criminosa – corre o risco de expirar antes que o caso seja julgado.

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