O ex-ministro da Educação e ex-deputado federal Paulo Renato Costa Souza, morto na noite de sábado (25) aos 65 anos, nasceu em 10 de setembro de 1945 no Rio Grande do Sul e iniciou sua carreira política em 1966, quando se filiou ao MDB. Formado em Economia em Porto Alegre, com mestrado no Chile e doutorado em Campinas, Paulo Renato manteve extensa carreira acadêmica como professor universitário e, depois, como reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), entre 1986 e 1990.
Antes disso, foi secretário de Educação do Estado de São Paulo, entre 1984 e 1986, além de ter presidido a Prodesp (empresa de processamento de dados de São Paulo) e consultor da ONU (Organização das Nações Unidas) na América Latina.
Leonardo Wen/Folhapress
Paulo Renato Souza em 2009, então secretário estadual da Educação de São Paulo, morreu aos 65 anos
Em 1978, migrou do MDB para o novo PMDB, onde militou durante 12 anos. Paulo Renato se filiou ao PSDB em 1990 e se tornou uma das principais lideranças da legenda.
Antes de assumir o Ministério da Educação, foi durante quatro anos gerente de operações do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Washington. Seu trabalho mais destacado, no entanto, foi feito nos oito anos em que esteve à frente da pasta de Educação no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Entre os grandes feitos do economista estão a expansão para todo o Brasil do programa bolsa-escola implantado por Cristovam Buarque no Distrito Federal. A política foi depois ampliada e consolidada como o Bolsa Família, uma das principais marcas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
É também na gestão de Paulo Renato a criação do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), um novo sistema de redistribuição dos recursos destinados ao Ensino Fundamental, hoje chamado de Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
CARGO ELETIVO
Em 2007, cinco anos depois, Paulo Renato voltou a Brasília para assumir um mandato de deputado federal pelo PSDB. Ele foi eleito para o cargo por São Paulo com 124.610 votos. Dois anos depois, o ex-ministro se licenciou para assumir a Secretaria de Educação de São Paulo.
Paulo Renato se demitiu do cargo no fim de 2010 ao concluir que não seria reaproveitado na nova gestão tucana, e fazendo críticas aos rumos que o governador eleito Geraldo Alckmin pretendia tomar. Em seu retorno à Câmara, ele pediu resistência ao "corporativismo" na educação.
Em 2011, Paulo Renato não assumiu cargos públicos, dedicando-se a prestar consultorias. Ele morreu no fim da noite de sábado (25), vítima de um infarto fulminante no hotel onde estava hospedado em São Roque, no Interior de São Paulo.
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